Espanhol ganha ouro na estrada, Fisher fica em inédito 20º lugar e Pagliarini é o herói
Por Guilherme Mansur Filho
Na disputa da prova masculina de estrada, o espanhol Samuel Sanchez conquistou a medalha de ouro, na batalha que ele venceu em 6h23min49s.
Espanhol Samuel Sanchez vence a prova de estrada em Pequim
No sprint final, o italiano Davide Rebellin conquistou a prata e o suíço Fabian Cancellara que, a dez quilômetros do final, fez uma brilhante arrancada, diminuindo os quinze segundos de distância que o separavam do terceiro lugar.
O brasileiro Murilo Fisher, que ficou a maior parte da prova entre os vinte primeiros do pelotão, terminou na 20º colocação, a melhor marca de um brasileiro na história das Olimpíadas na prova de estrada, atingindo, assim, o principal objetivo do brasileiro: manter-se entre os primeiros, o chamado pelotão de elite.
Depois de realizar o sonho de disputar uma Olimpíada em Sydney-2000, quando ficou no 89º lugar, e ficar na 62ª colocação, em Atenas, a 8min51 do italiano Paolo Bettini, dono da medalha de ouro em 2004, o brasileiro conseguiu, em Pequim, conquistar o melhor desempenho do Brasil na história dos Jogos Olímpicos.
Foram 143 ciclistas enfrentando, além do vácuo, o forte calor, que os obrigava a abrir seus uniformes, durante aproximadamente seis horas e meia de prova. Os ciclistas passaram por dez bairros de Pequim, largando em Yongdingmen, uma das antigas entradas da cidade, e fazendo a chegada em Yanqing, onde fica um dos lugares mais populares da Muralha da China.
Outro brasileiro que disputou a prova, Luciano Pagliarini, medalhista de bronze no Pan do Rio, em 2007, que já tinha admitido agir como coadjuvante para a conquista de Murilo, e estava com dores por conta de uma pedra no rim esquerdo, ficou no 90º lugar.
Mesmo adaptando o selim da bicicleta para tentar "enganar" o problema, o paranaense, que cortou um pedaço da espuma de seu assento, para que a região dolorida não fosse pressionada durante o percurso, ficou em último lugar, 44min38s a mais que o primeiro colocado, demonstrando assim seu espírito olímpico e de herói.
Vitória consolida domínio do francês Absalon no mountain bike
Por Guilherme Mansur Filho
Na prova que encerrou a participação do ciclismo nos Jogos Olímpicos, a festa foi francesa. Uma dobradinha entre Julien Absalon e Jean-Christophe Peraud garantiu à França o ouro e a prata, respectivamente. O suíço Nino Schurter, terminou na terceira colocação e levou o bronze. O brasileiro Rubens Donizete foi o 21º colocado.
O francês, tetracampeão mundial e bicampeão olímpico
Vencedor também em Atenas 2004, Julien Absalon liderou por toda a corrida e ganhou a prova de ponta-a-ponta com relativa facilidade. O francês cruzou a linha de chegada em 1h55min59, mais de um minuto de diferença em relação ao seu compatriota e quase dois minutos à frente do terceiro lugar.
Tetracampeão mundial de 2004 a 2007, o ouro em Pequim representa a reabilitação deste ciclista que liderou o ranking UCI (União Internacional de Ciclismo) por três anos seguidos. Absalon sofreu uma grande decepção depois de abandonar o último mundial em Val di Sole, na Itália, quando se sentiu mal durante a prova.
Estreante nos Jogos, o brasileiros Rubens Donizete largou no 4º grupo e terminou na 21ª posição, com 2h05min19. O resultado foi melhor em relação à Atenas 2004, quando Edvando Cruz, convidado pela UCI para participar dos Jogos, cruzou a linha de chegada em 33º lugar.
Alemã é ouro no mountain bike e Jaqueline nossa brasileira fica em 19ª
Por Guilherme Mansur Filho
A alemã Sabine Spitz conquistou a medalha de ouro no ciclismo mountain bike das Olimpíadas de Pequim. A atleta da Alemanha, com um ritmo muito forte desde o início, liderou a prova de ponta a ponta. A polonesa Maja Wloszczowska ficou com a medalha de prata ao bater a russa Irina Kalentyeva. A brasileira Jaqueline Mourão não teve bom desempenho e terminou na 19ª posição.
A alemã Sabine Spitz rochas e vitória para o ouro em Pequim
Jaqueline teve um pneu furado ainda na segunda volta, o que acabou com as chances da brasileira de lutar pelo pódio. "Perdi muitas posições com isso, já que tive que trocar o pneu. Foi triste, porque passei muitas meninas depois desse problema e estava me sentindo cada vez melhor. Mas já não havia mais tempo de me recuperar", lamentou a atleta, de 32 anos e que competiu pela segunda vez nas Olimpíadas.
Sabine usou a estratégia de abrir vantagem sobre as adversárias nas primeiras quatro voltas e tentar manter a vantagem no final da prova. O percurso acidentado dificultou a atleta alemã nas últimas duas voltas. Entretanto, a tática adotada pela européia deu certo, já que as adversárias não conseguiram tirar a liderança da alemã, que terminou a prova com um tempo de 1h45min11.
A polonesa até tentou acelerar o ritmo com objetivo de iniciar uma reação, mas apenas se distanciou da terceira colocada. Com o tempo de 1h45min52, Maja, que não estava entre as favoritas, conquistou a medalha de prata. O bronze ficou com Irina Kalentyeva, com 1h46min28. Jaqueline Mourão não foi bem no percurso de Pequim e acabou a prova apenas na 19ª colocação.
Apesar do dia ensolarado, as atletas enfrentaram um terreno bem acidentado, mais um obstáculo para a conquista da medalha de ouro da alemã.
No entanto, Sabine ainda teve fôlego para comemorar a medalha conquistada no final da prova. A alemã levantou a sua bicicleta como forma de festejar o título. Em Atenas 2004, ela havia ficado na terceira colocação da modalidade.
